sábado, 23 de agosto de 2008

fake etic.

O animal quando sente dor nem sempre emite barulho, o boi em especial dificilmente muge para demonstrar seu desconforto, o que faz com que muitos duvidem de sua capacidade de sentir estímulos físicos. Porém os animais são feitos dos mesmos tecidos que nós humanos, possuindo assim um organismo muito parecido com o do homem. Outro fator que deve ser levado em consideração é o “stress” causado aos touros e cavalos nesse tipo de evento. Afinal, ser solto em um ambiente iluminado, extremamente barulhento, cheio de cintos apertando e machucando o seu corpo e um marmanjo nas suas costas enfiando-lhe a espora, não deve ser uma sensação muito prazerosa (ao menos para o homem de libido controlada).

Levando em consideração que os animais não falam, um diagnóstico feito através de sinais fisiológicos (modificações no organismo) é a melhor forma de identificar a ocorrência de dor ou sofrimento nos animais. De acordo com a Dra. Irvênia Prada, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, os sinais fisiológicos apresentados por bois e cavalos utilizados em rodeios permitem concluirmos que eles sentem dor e sofrimento durante a competição.

“Todos os animais, durante sua permanência na arena mostram-se em midríase ( estado de dilatação das pupilas), quando o esperado seria a ocorrência de miose (estado de constrição das pupilas, em resposta à presença de luz natural ou artificial no ambiente).(...) Quando o ser humano ou o animal se sente ameaçado, agredido, assustado, com medo ou em pânico, automaticamente (de maneira inconsciente e involuntária) seu organismo é preparado para essa situação de emergência. Acontece então taquicardia (aumento da freqüência cardíaca), aumento da pressão arterial, dilatação dos brônquios para facilitar a função respiratória, aumento do aporte sangüíneo para os músculos, pois eles é que serão solicitados para o lutar ou fugir, diminuição de sangue no território cutâneo (no ser humano é mais fácil perceber-se isto, pela palidez), transformação rápida de glicogênio em glicose (“combustível” energético para a ação dos músculos) e dilatação das pupilas (midríase).”

Não surpreende que o homem ainda feche os olhos para o sofrimento dos animais, como a própria Dra. Irvênia Prada nos lembra “os bebês humanos recém-nascidos, na maior parte dos casos prematuros - que como os animais não comunicam sua vivência de dor/sofrimento pela linguagem falada ou escrita - até meados da década de 80 não eram submetidos a anestésicos ou analgésicos, mesmo durante procedimentos cirúrgicos, pois ninguém até então havia “percebido” a possibilidade de que pudessem sentir dor e sofrer!”

http://www.youtube.com/watch?v=SL9oTFQeijM

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