sexta-feira, 15 de abril de 2016

... a sua vida...

Você, perto dos 60 anos nesta década de pura bagunça política brasileira, o que você construiu ao longo dos anos?
Um império, muito dinheiro, muitos amigos, muita cultura e coleções de carimbos no seu passaporte?
Uma família, amigos, e sua casa e empresa?
Seu carro, muitos bens materiais, uma esposa e amantes?
Uma carreira, um nome, um livro, um prêmio?
Só herdou as coisas de seus avós?
Ou você só destruiu tudo ao longo do tempo? Seus amigos não são seus amigos, sua casa é vazia, sua família não o procura.
Continua a aprender e desfrutar das banalidades que a vida tem a oferecer, junto com os prazeres estúpidos e momentos passageiros nada marcantes que sua rotina lhe proporciona. Ou você terá uma história descente e digna para contar para seus netos?

Você perto dos 40, priorizou o que? Sua família, seus filhos? O estudo? O ensino? Seu trabalho? Sua individualidade?  Seu sucesso? Sua sociedade? Todas são perguntas que todos deveríamos responder, o que almeja, o que prioriza reflete diretamente no que você é, e no que alcançará. E a beleza de tudo o que você fez ou não agora estão nos olhos de quem você ensinou a fazer. Toda a prioridade que você um dia deu a algo, esta hoje, criando, ou gerando orgulho ou repulsa em quem a sua volta está.

Você perto dos 30, se dedicou à que? Amigos, festas, bebida, drogas, mulheres?
Seu trabalho, construir a carreira e crescer? Sua família, amor e devoção? Sua cultura e filantropia, e a busca de conhecimento e interesses pessoais? Só se sentir bem e gerar toda aquela positividade, esperando socialização e sucesso?
A pergunta é... Sentiu se orgulhoso de você ao redor desta idade? ou você fez diferença, alguma sequer para ser no mínimo lembrado e lembrar de algo que fez?

A vida em modo automático é tão fácil. Acordar, banhar-se, tomar seu café e começar a trabalhar... todos os dias nesta rotina incessante e cansativa, voltar no final do dia realizado ou destruído, ligar para alguém tão atolado como você para buscar alguma futilidade para que haja o mínimo de emoção após um dia totalmente sem graça.
A fuga é também parte da rotina, vamos beber, procurar superar a solidão por um momento com alguma garota ou cara que vai nos fazer sentir melhor por um par de horas, ou claro, beber, se humilhar, até estar se arrastando, pegar o carro, acabar com uma vida, e destruir uma família talvez.
Obviamente influenciando nisto, TUDO, mas tudo o que você pode oferecer para alguém, ou mostrar para aquele que um dia você quer sentir se orgulhoso dele. Seu filho.

Tudo, mas tudo o que você faz, é considerado bom ou não pelos outros. Mas tudo isso não deve ser julgado por ninguém, nunca. O que me preocupa é, quando se deitar antes de partir, pensará o que da sua vida digna e terá orgulho do que deixou pra trás, que é apenas uma imagem. E nada mais.