sábado, 5 de maio de 2012

DESPEDIDA

Tem que haver uma razão para tudo isso! Eu pensava antigamente.
Quando eu não sabia o que eu realmente queria, quando eu sabia o que eu desejava pra minha vida, quando eu estava preocupada e indiferente.
Eu não queria admitir, mas eu sei que tudo que aconteceu, já estava planejado, escrito... por Ele. Eu pedi, Ele me atendeu. Eu tive, Ele me deu. e agora que o tempo e o que passou, pesam em minha vida, mas mesmo assim não consigo ter apenas memórias ruins.

Guardo os bons momentos. Mesmo com todas as brigas e desentendimentos, cansaço ainda sinto falta de compartilhar meus dias no tumulto e no calor do frio. Tudo o que conquistei, e aqueles que me conquistaram foi o maior presente que Deus pôde me dar depois do aprendizado e da força que tive que ter para aguentar.

Aprendi uma coisa nova, que é sentir falta enquanto ainda estamos juntos, sentir saudade mesmo estando a seu lado, se dar conta do que acabou de acontecer, pode parecer estranho, mas é como receber flores ou presentes. Se tiver que acontecer que seja enquanto ainda estamos "vivos".(não quero ninguém chorando ou colocando flores em meu túmulo).

O fim significa um novo começo. Porém é dura a jornada, e a carga que habita nossos corações, nos força a ficar prostrados diante de um novo dia. Levantar é desapegar as lembranças e isso dói muito, foram felicidades forjadas em meu peito, é como tentar esquecer de quando aprendemos a andar de bicicleta, ou demos nosso primeiro beijo com a pessoa amada, guardamos apenas a emoção da vitória, esquecemos dos tombos.

Poderia existir um botãozinho que simplesmente limpasse nossas memórias e desse espaço para outra caminhada, é frustrante e cansativo esse processo de como que seu lar estivesse acabado de passar por uma enchente. De certo modo me sinto realizado por perceber que em meu coração há somente lugar para as conquistas e vitórias.

Já as tristezas e derrotas estão contidas na razão e não afetam a emoção, ficam como um alerta para que não erre novamente. A impressão que se tem é de que cavei um buraco profundo. E quando isso acontece só há uma saída, que é a do próprio buraco.
A subida é penosa, e isso sem contar as vezes que se volta ao fundo antes de conseguir sair dele.

O que faço é cravar nas paredes uma escada com os degraus bem largos e firmes que não se possa escorregar ou atordoar na volta ao topo. Alguns tem sorte e recebem ajuda no retorno, pode ser uma mão, uma corda, podem descer onde estamos e nos ajudar a construir esse novo caminho. O Senhor escreve certo por linhas tortas.

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